sábado, 4 de fevereiro de 2012

INTRASSONORIDADE

Intrassonoridade

Queres ouvir algo que te agrade?
Ausculta e escuta teu coração.
Levanta no meio da noite, como se perdera o sono
E tenta ouvir o ressonar quase inaudível de teus filhos.
Mira-te em um espelho e contempla a placidez
Verde/negra (ou será negra/verde?), dos teus olhos
Vede o sorriso meio ausente mas sonoro
Mesmo na boca calada. Bela e atraente.

Abstrai-te vez ou outra do burburinho da vida
E no meio do emaranhado de leis, sentenças, pareceres
Verás também poesia. E sei muito bem o quanto sabes vê-la.
Precisas apenas da abstração, da busca do teu tempo,
Admitir um pouco mais tua fome de beleza
E isto é minha promessa não cumprida,
O que precisas, e não somente o que te posso dar.
Te questiona, busca a ti própria, em vida prazerosa.

Verás e ouvirás, com certeza, um outro mundo.
Ouvirás de teu eu que espalhas a centelha da esperança
Como fizeste a mim em outros tempos. (Caminhante.)
Que brilhas no que fazes e no que pensas
Tal qual uma certa Dama da história.
Que mesmo se podadas no passado
Tuas asas, ainda invisíveis, são capazes
De voar, voar, voar... até os píncaros da glória.

Para a Dra. Alba Fraga.
Stenio, agosto de 2010.

Um comentário:

  1. Este texto eu fiz em um momento de profunda depressão e acabara de sofrer um revés. Mesmo assim foi inspirado, pois nas duas quadras que andei, até o ponto do ônibus, tinha ele todo na cabeça e quando cheguei em casa transferi para o papel. Estou comentando, porque vi a data e, passados menos de 10 anos aquele revés e a depressão se foram. "As coisas não duram para sempre, sejam boas ou más, com o tempo se vão". Acho que o pensamento é de Churchill.

    ResponderExcluir