terça-feira, 18 de junho de 2013

CIÚMES, BRIGAS, FIM DE CASO.

No tempo em que eu frequentava o Yahoo Respostas "conheci" Malu que veio a ser minha parceira em diversos textos que eu considero entre os melhores que produzi. Como ela era muito ciumenta nós vivíamos brigando pelo computador e ela sumia. Em um desses sumiços, que pensei ser definitivo em virtude da duração, fiz este poema pra ela e consegui trazê-la de volta, mesmo por pouco tempo. Posteriormente terminamos a parceria, lamentavelmente, mas pelo menos estamos em paz.


RENÚNCIA

Com o coração em sangue vivo, parto
E em teu peito, sem vida, deixo um outro
Foi tão intenso ainda que platônico
Virtuais amores, hodiernos e calientes,
Chegam tão mansos e viram tsunamis.

E por ser tão intenso exorbitar tentei
E perto quis teus olhos que tão bem me viam ao longe
E teus lábios que tão belas palavras ciciavam
E teu seio que eu sentia vibrar em cada verso.
Enfim, te quis toda junto a mim, mas foi procura vã.

Tinha bem mais, é certo, a tua alma,
Mas o teu corpo a um outro pertencia
Romper de vez o tênue véu que inda separa
A confortante ilusão da realidade crua (e nua)
Pode ser bem doído a dois, quiçá a quatro.

Resolveste imolar-te, e a partida agora
É tua, e tão breve quanto assaz sofrida.
E é duplicada, pois também me parte
E desta feita fatia em muitas partes
O músculo teimoso do meu peito.

Mais uma fuga, talvez definitiva?
E aonde irás, por quais caminhos ermos?
E em que veredas da vida tu me deixas?
Cego, pois teus olhos é que me guiavam
Mas não ver, não sentir, talvez seja melhor, agora.

Pois os já úmidos teclados não escrevem
E os e-mails não anseiam mais ser lidos
Lenços imaginários, bem mais brancos
Acenam a lamentar nossa desdita.
Nossa renúncia é dor pra toda vida.

Em 29/01/2009 (aniversário da musa).