sábado, 25 de fevereiro de 2012

SONHANDO COM NUTI E PAULA

Este texto foi o mais perto que me senti de Chico Buarque, pois ele mesmo diz que algumas vezes brinca com as palavras, e eu escrevi meio que brincando para responder à poetisa que postou o poema no Yahoo Respostas.

Sonhando com Nuti e Paula

Deixar-te em meu peito repousar?
Por quê? Por que tens que pedir licença em tua própria casa?
Não farei uma carícia em teus cabelos,
Porque minhas mãos anseiam é por teu corpo inteiro.
Te fazer levitar? Poético, mas tenho é que, vez ou outra,
te trazer ao chão, pois quase sempre vives nas alturas.
Ouvir minha voz? Para que, se me entendes sem que nada eu diga.
Pra te falar doces palavras hei que me transformar em colibri
e com suaves beijos sorver uma fração de teu abundante mel.
Pra te fazer vibrar, basta que me dês uma preliminar: um beijo.
Envolvido; eu é que sou. Completamente. Por ti.
E pra te aquecer encosta-te em mim que viro fio condutor.
Delirar já o fazes por todas as paixões e,
que sou por ti apaixonado é dizer o óbvio.
Extasiar-te é fácil, ponho-te diante de um espelho ou de um poema teu
nos dois casos verás quanta beleza me ofereces.
Mas pra te tocar minhas mãos têm que calçar pelica
que tem a mesma maciez da pele tua.
O céu não te posso dar pois ele já pertence ao teu mágico domínio
Mas se dele saíres, usa teus poderes, leva-me contigo.
Estarei no teu aconchego e tu no meu
e te farei sonhar e tu a mim, um sonho uno.
E se Paraíso houver em vida ... Acordaremos, viveremos nele.

Escrito em cima do poema Vibrar de Amor, de Nuti "Magia Sempre", e por ser uma fotografia de meu amor, Paulinha, ofereço a ela.
Agosto de 2009.


Vibrar de amor
DEIXA-ME...

Deixa-me em teu peito repousar
Acaricie meus cabelos
Me faça levitar...
Deixa-me ouvir tua voz
Me fale doces palavras
Me faça vibrar...
Deixa-me teu corpo envolver
Me aqueça com teu calor
Me faça de amor delirar...
Deixa-me de êxtase transbordar
Me toque com tuas mãos
Me faça o céu alcançar...
Deixa-me lentamente voltar
Me aconchegue ao teu lado
E me faça de novo sonhar...
(Nuti)

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Mulheragem (Feminino de homenagem)

PARA OS MEUS (OU MINHAS) POUCOS MAS QUERIDOS SEGUIDORES E EM ESPECIAL, PARA A QUE EU DEDIQUEI: RAMÍLIA.

MARIA CORAGEM

Buscando seu lugar em um congestionado espaço, desbravando em um violento corpo a corpo as estreitas veredas da sobrevivência, em um ponto qualquer do planeta encontra-se Maria. Não é vai-com-as-outras, muito pelo contrário, de tão determinada, na maioria das vezes as outras é que seguem seus passos. A golpes de suor ou baioneta, se necessário, abre seus caminhos, muitos dos quais não sabe onde vai dar, mas suas temeridade e urgência não lhe deixam ser diferente, não lhe permitem esperar. De tanto ralar na vida já nem sente quando ou quanto a vida lhe rala.
Ajeita e agita mãos e pés, nervos, coração, alma, sempre com o passo maior que a perna, pois não lhe é permitido apenas caminhar, tem que correr.
Como a Maria bíblica também tem um filho e sofre por ele. O seu José é um pai ausente e ela tem que ser também seu substituto, virou hermafrodita, não importando a nenhum dos três o quanto isto lhe custe. E assim vai, de sol a sol, de segunda a domingo, se em um dia tenta reduzir o aquecimento global, em outro arruma pés e mãos, e se ainda lhe sobrar algum, depila ou corta cabelos. Sem cansaço, sem deleites, sem poesia, sem espera. As permissões da vida lhe são escassas. Navegar é preciso, viver pode esperar, até... quem sabe? Afinal, viver não é mesmo preciso, como já disse o poeta. Por uma migalha de carinho, um sopro de massagem no ego, um cadinho de toucontigo, se arriaria de quatro costados, mas o mundo, com ela e com muitas delas, é usurário de carinho e solidariedade. Na maioria das vezes só quer, egoisticamente, abocanhar, engolir, sugar.
Maria das obrigações, que são de nascença, Maria dos direitos, que ainda busca. Assim são os caminhos de Maria, abertos a ferro e fogo, a golpes de suor, como já dito, mas também a golpes de coragem que, aliás, deve ser seu sobrenome. Mas bem poderia ser dos Desejos, dos Prazeres, dos Amores. Dos meus amores.
Feito à imagem e semelhança de Ramília Barbosa, a quem dedico.

Carnaval de 2008.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

PRETENSO POEMA

Pretenso Poema

Escrever (para quem sabe)
É arte
Frágil como o coração vetusto de uma pomba
É paz, é vida, é Célia, bela Célia.

A morte
Asa de águia, forte e lépida
Olímpico atleta puro forte
Inteiro e quase nada, quase arte.

Em versos
Tão fugazes quanto a brisa/arte
Quis re(des)fazer esta equação
De morte.

Pulso, coração, asa, tão frágeis, Célia
Unem-se num derradeiro esforço
Contra a águia
Que em um átimo parece destruída.

Lúgubre engano, a Fênix
Em meio tempo é novamente a morte
Mais forte e ágil e quase
Bela

Vista de longe
Assim quase me engana
Ò Senhor, troque-me os anjos, eu quero
A Vida, a Luz, a Fortaleza Célia

C elestial, eis a palavra
E xata
L inda, leve, santa e que,
I nquestionavelmente representa o
A njo. Celestial. Célia.

Com um beijo de força e vida
Stenio
Julho de 2007

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

UM CARINHO...

UM CARINHO, UMA ESTRELA, UMA ROSA

O deixar escrito perpetua as coisas. Um pensamento, a descrição de algo, por menor que seja, a mais cotidiana e repetida das atitudes se desvanece com o tempo, se não utilizarmos o que nos diferencia das demais espécies, a linguagem escrita. Minha flor, minha estrela, meu tudo, pediu-me que lhe desse uma rosa escrita, um carinho que transcendesse a nossa efêmera existência. Suspeito que não estou à altura de algo tão especial, todavia sinto-me na obrigação de tentar, pois “minha estrela tem que ter direito a tudo”.
Mal começo e me bate um enorme temor de plágio, pois sobre as estrelas os poetas, ao contrário dos astrônomos, já falaram tudo. Para descrevê-la eu teria que usar a imagem de uma jóia em formato de coração e cravejada de muitos brilhantes: entre outros o brilhante da dedicação, o da sabedoria de calar-se em precisos momentos e, o de maior quilate, o da paciência. Esta, que dizem ser a mais valiosa de todas as virtudes, é também o que ela tem de maior.
Agora é definitivo, sei que não estou realmente à altura, pois para falar de rosa e estrela o texto teria que exalar brilho e aroma por todas as letras. O brilho, pela intensidade, naturalmente me ofusca, e o aroma, de essência tão rara quanto sutil, certamente não é perceptível a um olfato qualquer.
Paula, muitos beijos e uma flor em cada um deles.
Stenio.

Janeiro de 2007.
P.S. Em generosos comentários a um outro texto meu, o Eduardo (Pelição) diz que o assunto em pauta teria tudo para levar ao piegas e até ao ridículo, mas que eu me esquivei dos dois. No atual, acho que fiz as duas coisas, entretanto, para sorte minha, encontrei em Fernando Pessoa “todas as cartas de amor são ridículas, mas, afinal, só as criaturas que nunca escreveram uma carta de amor são ridículas”.
S.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

NEGA NOÉLIA

NEGA NOÉLIA
Ora, nega, queres um poema?
Mas como, se não nasceste com belos olhos verdes
E de que forma pode um limitado bardo
Falar do belo, bela, sem falar de cores?
Se elas refletem das coisas e seres a beleza...

É, nega, estamos meio num beco sem saída
Até pensei em pedir um empréstimo ao arco-íris
E junto de uma boa chuva com algum sol
Te por dançando na rua com as sete cores,
E o teu negro absorvendo todas elas.

Mas mesmo assim seriam estas emprestadas
Ainda não estaria eu louvando as tuas
Continuei buscando e vi num derepente
Que tu fazes as muitas cores da tua vida
E quem te tem basta te ter somente.

O arco celeste do amor mora em teu peito
e assim naturalmente a vida é bem eclética,
Ora suave , alegre, engraçada, cintilante,
Ora mágica, doce, serena, ou vibrante,
Às vezes sublime, encantadora, enfim... poética.

E se pintas a vida com tanta intensidade
Quem está ao teu lado, dos respingos,
Ganha um imenso brilho e luminosidade.
Brilho e cor que não possuis das pedras de Carrara
Tens um mais nobre, da pérola negra, a mais rara.

Dedicado ao "santo" Gió, que consegue domar a bravia gazela.
Stenio/Tafnes, maio de 2009.

CIUMENTA ESTRELA

Ciumenta Estrela

Não estás satisfeita com todo o imenso brilho que possuis?
Não sabes que ao teu lado as outras são meros vaga-lumes?
Românticos, é certo.
Mas com o brilho incomensuramente menor
Do que tens na menina dos olhos e no peito.
Então, diz pra mim, pra que ciúmes?

O sol é que deveria enciumar-se
Que junto a ti vira astro de quinta grandeza.
E se alguma noite mais triste não tem lua
E nuvens não permitem que te vejam
Isto sim, é ciúme e vingança, com certeza.
Do sol.

Eu, como o sol, deveria ter ciúmes
De teu saber, do quanto faz a poesia
A própria casa dentro de teu ser.
Da imensa sensibilidade que demonstras
Em cada verso que lês ou que me envias.
Eu sim, é que deveria.

Ò ciumenta e bela mulher, guarda teus ais!
Vedes a lua, agora triste, ensombreada
Por nuvens condensadas de tuas lágrimas
Descobriu que tão pequena e mui distante
Brilhas bem mais que ela, e não precisas
Que outro ilumine a tua face. Tu te bastas.

Setembro de 2008.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

INTRASSONORIDADE

Intrassonoridade

Queres ouvir algo que te agrade?
Ausculta e escuta teu coração.
Levanta no meio da noite, como se perdera o sono
E tenta ouvir o ressonar quase inaudível de teus filhos.
Mira-te em um espelho e contempla a placidez
Verde/negra (ou será negra/verde?), dos teus olhos
Vede o sorriso meio ausente mas sonoro
Mesmo na boca calada. Bela e atraente.

Abstrai-te vez ou outra do burburinho da vida
E no meio do emaranhado de leis, sentenças, pareceres
Verás também poesia. E sei muito bem o quanto sabes vê-la.
Precisas apenas da abstração, da busca do teu tempo,
Admitir um pouco mais tua fome de beleza
E isto é minha promessa não cumprida,
O que precisas, e não somente o que te posso dar.
Te questiona, busca a ti própria, em vida prazerosa.

Verás e ouvirás, com certeza, um outro mundo.
Ouvirás de teu eu que espalhas a centelha da esperança
Como fizeste a mim em outros tempos. (Caminhante.)
Que brilhas no que fazes e no que pensas
Tal qual uma certa Dama da história.
Que mesmo se podadas no passado
Tuas asas, ainda invisíveis, são capazes
De voar, voar, voar... até os píncaros da glória.

Para a Dra. Alba Fraga.
Stenio, agosto de 2010.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

TEUS OLHOS

Verdes, grandes e plácidos
São teus belos olhos.
Roubaste a essência das florestas,
O reflexo dos claros mares tropicais,
Ou o incandescente fulgir das esmeraldas?
Diz, minha bela, de onde trazes tão linda cor.

Quando sorris vejo neles um mundo de esperanças
E quando choras? Ah! não, acredito que não choras,
E se o fazes é para regar toda a floresta
Ou completar os mares, ou ainda,
Para tornar bem mais intenso o atraente brilho
Das duas mais raras pedras preciosas.

Quais segredos esconderão o denso interior dessa floresta,
E as profundezas abissais destes teus mares?
Ou serão mesmo duas belas esmeraldas
Sonegadas ao caudal de Fernão Paes
E escondidas desde então no teu olhar?
Diz-me querida, ou me deixa no teu verde navegar.

De Ana Paula e Stenio, para Milena.
Maio de 2009.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

PAI E FILHA

Pai e Filha

Entontecido por longas batalhas
Em transtornos óticos, visões dementes
O velho guerreiro sem a paz merecida
Entontece e transtorna toda sua gente.

E as mulheres que lhe dão amparo
São alvos constantes de muitos insultos
E os homens, se lhes dão apoio
Imediatamente são iguais aos brutos.

Momentos difíceis do outono da vida
Onde a água do tempo entrava o moinho
Mas estas mulheres, sensíveis, pacientes
Caladas entendem, e devolvem carinho.

Dentre as filhas com quem mais convive
Uma tem de paciência, verdadeira mina
Que, sem usura, doa ao velho querido
De batismo seu nome é Rosilene Lima.

Janeiro de 2012.