segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

INGRID

INGRID BETANCOURT

Após seis anos eclipsado reaparece o sol de teu sorriso
Sensibilidade e força demonstra a todo instante
E muitos pesadelos são nele extravasados.
Em teu longo relato, a postura ereta
Parece dizer fadiga tu és nada, ou mesmo o tempo.
Da fibra mais resistente é o teu corpo
Do mais doce mel é teu sorriso.

De nada e para nada é o mal que nem sei se te fizeram
Pois que serviu pra temperar o aço de tuas veias
E para mostrar ao mundo a candura de tua alma.
Voltaste radiante de luz própria acumulada
No mais longo inverno polar que se conhece
Sem que os cegos animais que te prenderam
Tenham atingido o brutal intento de também cegar-te.

Nem sei se estiveste mesmo presa, pois espírito,
E ainda tão forte, não se prende.
E não renascestes pois que nunca foste morta.
Tua visão, ao contrário, está mais límpida
E arguta. És a águia, cujas asas não se cortam.
E solta e leve, linda e forte plana
Em céu de brigadeiro. É primavera.

Julho de 2008.
José Stênio Ferreira Luz
e-mail: stenioluz@yahoo.com.br

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