quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Prisioneiro do Amor

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REFÉM

Se tens o coração aberto para amores, paixões, prazeres os mais diversos, mantenha-o assim, ou melhor, dilata a abertura se puderes. Pode ser que sofras algumas desilusões, mas no balanço de perdas e ganhos certamente não ficarás no prejuízo.
O meu vive trancado com sete cadeados, cada um com sete chaves, tem grades de proteção ao seu redor e ainda possui segredo (de banco central) que nem eu sei qual é, e quem sabe jura que não revela, nem sob tortura.
A porta única de entrada e saída tem muitas travas, as fechadura e dobradiças são emperradas pois não é permitido o trabalho de manutenção. As chaves da porta e dos cadeados foram jogados ao mar, em noite de tempestade, durante um passeio pelo Triângulo das Bermudas.
Se estou infeliz com a situação? De forma alguma. É que quem aprisionou o fez de forma sutil e carinhosa, foi chegando devagarzinho e construindo ali os sólidos alicerces de sua moradia. Hoje diz que não respeitaria qualquer ordem de despejo, ainda que viesse da Corte Internacional de Haia. Quanto a mim, nem me passa pela cabeça imaginar tal coisa mas o velho e frágil coração cada dia reclama mais de sua crônica doença: Síndrome de Estocolmo. É louca e totalmente apaixonado pela seqüestradora. E para que a prisão seja de segurança máxima, existem ainda umas correntes, ligando as aortas, minha e dela, (con)fundindo nosso sangue, e mais umas algemas, mas estas ela jura que são só pra brincadeirinhas.
E a sádica carcereira todos os dias soma e multiplica o tempo que falta para a libertação, em uma conta que só ela entende, e o resultado não poderia ser outro: infinito.
Que assim seja, até que a morte nos separe, ou mais, que atinja o pós-morte, mas o importante mesmo é que seja eterno...enquanto dure.
Para Ana Paula
Junho de 2008
Stênio.

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2 comentários:

  1. Um amor correspondido é tudo que necessitamos para ser felizes nesta vida.
    Também encontrei o meu, felizmente!
    Ameiii

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  2. Me desculpa, Aguiar, não tinha visto seu comentário. Parece que temos algumas coisas em comum.

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